quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reportagem de Itevaldo Júnior para O Estado do Maranhão revela que a disputa entre prefeito e vice envolve até ameaça de morte em Maracaçumé

Reportagem de Itevaldo Júnior para O Estado do Maranhão revela que a disputa entre prefeito e vice envolve até ameaça de morte em Maracaçumé. Adversários se acusam mutuamente e já levaram o caso à Secretaria de Segurança.

A disputa pela administração da Prefeitura do município de Maracaçumé (a 448 km de São Luís) pôs em lados opostos o prefeito João José Gonçalves de Sousa Lima, o João do Povo (PDT), e o vice-prefeito Luís Antônio Moraes Sousa (PSB). A contenda político-administrativa entre os ex-correligionários chegou ao ápice depois que ambos requisitaram garantia de vida, em caráter de urgência, à secretária Eurídice Vidigal, da Secretaria de Segurança Cidadã (Sesec). Ambos afirmam estar sendo ameaçados de morte.

Sobre as supostas ameaças de morte, o prefeito João do Povo aponta em direção ao grupo político do vice Luís Sousa. Já o vice-prefeito indica que as intimidações partem dos aliados do administrador municipal. Porém, um e outro evitam nomear os autores das ameaças de morte.

“Não sei quem é que liga para mim fazendo essas ameaças. Eles mandam recado para eu tomar cuidado. Aqui tem muito mau elemento. Os políticos que têm hoje aqui para disputar a eleição comigo, em sua maioria, são bandidos”, vociferou o pedetista.

O vice-prefeito Luís Sousa contou que, além dele, outros dois partidários seus também foram ameaçados. “Há muitas informações e conversas nesse sentido, mas ninguém quer se comprometer. Principalmente quando se fala em testemunhar algum ato desses. Que é um ato irresponsável. É difícil a gente afirmar de onde partem as ameaças. Há uma cultura de ameaças aqui. Dois companheiros nossos já foram ameaçados, a Edna e o Zequinha. Mas não sou eu que ando com capangas”, bradou o socialista.

O prefeito João do Povo oficiou à secretária Eurídice Vidigal requerendo garantias de vida no último dia 2. Em seguida, Luís Sousa fez a mesma solicitação a titular da Sesec. 25 dias após os dois instarem a secretária de Segurança Cidadã a lhes dar garantia de vida, nem o prefeito nem o vice sequer receberam uma resposta do órgão estadual.

À época em que oficiaram a Sesec, a cidade de Maracaçumé não tinha delegado de polícia e nem viatura. Somente após o assalto a uma agência do banco Bradesco, ocorrido no último dia 7, é que um delegado de carreira foi posto na cidade. A delegacia também recebeu uma viatura Fiat Palio. Três policiais militares fazem a segurança dos 17 mil habitantes do município, situado na região do Gurupi.

“Bacana”
Ex-vereador da cidade, o radialista Franklin de Oliveira, conhecido como Franco, não acredita que João do Povo e Luís Sousa tenham sofrido ameaças de morte. “Isso é coisa da disputa política dos dois. Não acredito nessas histórias de ameaça de morte. Sou o maior adversário do prefeito e ele nunca me ameaçou ou mandou me ameaçar. Desde os três meses de mandato o João anda com seguranças. O Luís é um professor, é uma pessoa bacana”, declarou Franco. Filiado ao PTB, ele pré-candidato a disputar a Prefeitura nas eleições de outubro.

O prefeito João do Povo e o vice Luís Sousa romperam após seis meses da gestão. Porém, a exasperação da disputa ocorreu após o chefe do Executivo municipal ter sido afastado do cargo no fim de novembro de 2007, por ato de improbidade administrativa, numa ação proposta pela representação local do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Maranhão (Sinproesemma).

O pedetista teve o mandato cassado pelo então juiz da comarca, Joscelmo de Sousa Gomes. Porém, uma semana depois, o desembargador Marcelo Carvalho reconduziu o prefeito ao cargo.

“O Luís desprezou o nosso grupo, depois de seis meses do nosso mandato. Depois, ele ficou abastecendo o pessoal do Sindicato dos Professores com denúncias contra mim. Ele também é professor. Com essas denúncias falsas, eles levaram para o juiz que tinha aqui e o trabalho dele era me perseguir. Então, esse juiz decidiu pelo meu afastamento. Mas depois voltei ao cargo para o qual fui eleito”, disse João.

O vice-prefeito Luís Sousa afirmou que o rompimento político com o prefeito ocorreu devido à má gestão administrativa e à malversação de recursos públicos. “Fomos eleitos para trabalhar para o bem de Maracaçumé. Quando estávamos na oposição, combatíamos exatamente isso o que ele faz. São muitos os casos de má aplicação e desvio de recursos públicos. Não posso concordar e aceitar isso. Aparentemente ele se diz honrado, mas o João age de má fé, covardemente e realiza uma gestão de mentiras e trapaças”, afirmou Sousa.

estraido de "http://www.cabecadecuia.com/noticias/17568/disputa-entre-prefeito-e-vice-envolve-ate-ameaca-de-morte-em-maracacume.html"

Fonte: Itevaldo Júnior - O Estado do Maranhão
Acontecimento em 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário